Tendências da Biometria Facial: a aceitação e os diferentes campos de aplicação da tecnologia
Nos últimos anos, tem se mostrado cada vez maior a adesão dos mercados globais à implementação e ao uso de tecnologias de biometria facial. Não bastasse as inúmeras praticidades que essas ferramentas oferecem, a necessidade da sociedade em adotar mecanismos de distanciamento social e opções que substituíssem o contato físico em razão da pandemia adiantou a incorporação dos sistemas ao nosso dia a dia.
Segundo a Allied Market Research, o mercado de reconhecimento facial deve movimentar mais de R$ 50 bilhões em 2022. A tecnologia já está presente em nossos smartphones, nas câmeras de ruas e em diferentes aparelhos tecnológicos que nos rodeiam. Já as aplicações desses softwares, podem ser vistas tanto em ações simples do cotidiano, que facilitam a vida das pessoas, como o desbloqueio de telas de celular e a efetivação de transferências bancárias com o uso do face match, quanto em grandes instituições do setor público e privado.
Nesse último caso, podemos citar os sistemas de reconhecimento facial como ferramentas extremamente práticas para aqueles que são responsáveis pela gestão de equipes, como os membros dos times de RH. Essa tecnologia pode ser aplicada no controle de acesso e na marcação de ponto, por exemplo, inclusive em áreas de acesso precário à internet, algo que acontece recorrentemente com trabalhadores do setor rural, em fazendas e usinas.
Outras funções nas quais se destaca a biometria facial incorporada pelas empresas são as de registro de entrega de EPIs (equipamentos de proteção individual) e na elaboração listas de presença em treinamentos. Tudo isso resulta em uma maior proteção das organizações contra processos trabalhistas e em diferentes opções para organizar suas estruturas e demandas.
O setor de saúde também é um campo que tem adotado a tecnologia de reconhecimento facial para aprimorar os seus processos e entregar um atendimento mais humanizado. Isso é feito através do monitoramento de pacientes, buscando mudanças faciais para identificar alterações de humor. Aqui, o que vemos é um projeto de grande potencial para aprimorar e acelerar diagnósticos e tratamentos direcionados.
Para entregar todas essas funcionalidades e praticidades, os sistemas utilizados exigem o trabalho multidisciplinar de diferentes tipos de tecnologia, como a Inteligência Artificial e o Liveness Detection, capaz de detectar se a identificação está sendo feita com uma pessoa real e ao vivo, descartando qualquer outro artifício, como imagens, vídeos ou máscaras no sistema de biometria facial. Essas tecnologias são extremamente relevantes para promover a proteção dos usuários contra fraudes e crimes cibernéticos.
Ainda no que diz respeito à aplicação da tecnologia no setor de segurança, é constante o debate ético sobre o monitoramento de informações pessoais dos indivíduos que circulam em espaço públicos, como tem sido feito no Metrô de São Paulo. As pessoas precisam estar conscientes de como seus dados e informações estão sendo utilizados pelos indivíduos que se valem da tecnologia. No entanto, também é válido ressaltar o uso dessas câmeras por órgãos de segurança pública para capturar foragidos e encontrar pessoas desaparecidas.
Mais recentemente, também vemos a aplicação da tecnologia de reconhecimento facial em meio a um contexto de Guerra. O Ministério de Defesa da Ucrânia anunciou a adoção da tecnologia, que poderá auxiliar em diferentes tarefas, como na identificação de vítimas do país e de agressores do fronte russo.
Com a aceitação cada vez maior da Biometria Facial no dia a dia da sociedade e em razão das projeções de movimentação do mercado referentes a esses sistemas, fica evidente que as empresas do nosso setor, responsável por desenvolver os softwares, investirão constantemente no aprimoramento de suas tecnologias. No entanto, na mesma medida em que investimos em desenvolvimento técnico, também devemos lembrar sempre de atuar com testes que avaliem o desempenho de nossas ferramentas.
Também devemos trabalhar para ampliar nossos bancos de imagens, utilizando sempre do maior número de faces de diferentes etnias quando ensinamos as redes neurais de nossos sistemas. O intuito dessa conscientização é evitar que a tecnologia fique atrelada apenas a faces de uma parcela de indivíduos específicos da população, como homens caucasianos, o que pode resultar em consequências graves para o restante da população que será analisada.
Notícia publicada em Mundo RH.